Nordeste: crescimento econômico, mas campeão em mortes no trânsito

Nordeste: crescimento econômico, mas campeão em mortes no trânsito

LUIZ FLÁVIO GOMES. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br*

Produção de Grãos

De acordo com a Revista Exame (http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1047/noticias/o-nordeste-quer-mais), “enquanto a economia do Brasil caminha com previsão de crescimento de pouco mais de 2% neste ano, o Nordeste ganha corpo na mira das empresas. O produto interno bruto da região, no ano passado (2012), teve expansão de 3% — é pouco, mas foi mais que o triplo da média do país. Ali, onde vive mais de um quarto da população brasileira, a classe média foi engrossada em 20 pontos percentuais na última década, alcançando 42% dos habitantes. A classe A também ganhou agregados e saltou de 5% para 9% desde 2002”.

Esse é o retrato do Brasil: melhora em alguns itens, mas continua violento, desestruturado e muito desigual. Seu crescimento é desordenado (e violento).  Estudo realizado pelo Instituto Avante Brasil apontou que o Nordeste é a região mais mortífiera no trânsito brasileiro, se comparadas as taxas de morte por 100 mil veículos. O país que em 2011 tinha registrado 70.543.535 veículos, registrou uma taxa de 61,3 mortes para cada 100 mil veículos.

Apesar de a maior taxa de mortes absolutas ser encontrada no Sudeste, com 15.916 mortes, sendo responsável por 37% do total de mortes e 51% do total da frota nacional, o Nordeste apresentou uma taxa de mortes por 100 mil veículos quase três vezes maior, 112,1 mortes contra 44,4 registradas no Sudeste.

Proporcionalmente a região apresenta um número de mortes muito alto, 28% do total de mortes absolutas e apenas 15% do total da frota nacional de veículos.

De acordo com a projeção feita pelo Instituto Avante Brasil, considerando a média dos anos anteriores, é possível prever que em 2013 acontecerão no Brasil, entre 45 e 50 mortes no trânsito. Seriam cerca de 4 mil mortes por mês, algo em torno de 125 mortes por dia e, pelo menos, 5 mortes por hora! 

Algumas causas que podem ser apontadas como responsáveis pelo resultado são principalmente a falta de condições das estradas e vias nos estados da região; a fiscalização, que tem sua maior concentração nas regiões Sudeste e Sul; a falta de educação para o trânsito e poucas estratégias de prevenção. Ou seja: nem o Brasil (como um todo) muito menos a região Nordeste vem fazendo o que deve ser feito: EEFPP (Educação, Engenharia das ruas, das estradas e dos carros, Fiscalização ininterrupta, Primeiros socorros e Punição).

*Colaborou: Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil. 

*A publicação do texto está autorizada desde que o autor seja citado. 

Comentários